domingo, 7 de agosto de 2011

Mianhae, i'm going.


Eles se conheceram de repente. Não sabiam nada um do outro. Do que gostavam, o que ouviam, o que bebiam. Porém, por algum acaso do cosmo ou apenas por simples destino, eles sabiam que estavam olhando para o ser que talvez mudasse todo o rumo de seus pensamentos e modos de ver e entender a vida. Eram novos, ele apenas um ano mais velho do que ela. Ela porém,  mais forte e derterminada do que transparecia. 
Ele gostava de música alta e gente junta. Ela sempre preferiu a quietude de seu quarto em contraste ao barulho dos diálogos dos livros. Ele mantinha o seu físico. Ela era magra só porque Deus queria, pois comia de tudo a toda hora que quisesse. Ele era boêmio. Ela gostava de chá com incenso.
Beijavam mais do conversavam e no íntimo de cada um achavam isso engraçado. No dia em que se conheceram sorriram pelo canto dos olhos. Ela pensou "Essas luzes o deixam lindo". E ele involuntariamente respondeu em pensamento: "O brilho dos olhos delas combina tão bem com essas cores".
Eles conversaram por mensagens de texto, tiraram sarro das coisas mais estúpidas um do outro. Pensaram no futuro longínquo e no que estava logo a sua frente. Se divertiam colocando nomes em filhos que não existiam, e as vezes em meio a tudo isso trocavam olhares que não precisavam ser traduzidos.  Ele deu esperanças para ela, e ela achou que então poderia deixar sua zona de conforto, o lugar escuro no qual ela criou para si por conveniência e assim poder entregar sua parte esquecida a alguém que pudesse cuidar. E ela o fez. Começou aos poucos, aumentando-o gradativamente o quanto achava necessário. Três por cento um dia, vinte e cinco no seguinte, nenhum do outro, mas ainda se entregando.
Porém dentre tudo isso, ele temeu. Sentiu medo do que toda aquela entrega poderia se transformar e achou que era hora de recuar. "Não estou pronto para isso" - pensou. E fixou tal ideia em sua mente que o distanciamento se tornou inevitável.
Tal evento ela sentiu e pôs a preocupar-se. "O que aconteceu?" - questionou, mas a resposta não veio a ela. E então ela também temeu. Teve medo do que poderia ter acontecido, de perder algo que para ela já continha algum significado. Ele decidiu: "Irei terminar tudo." E assim o fez. "Desculpe, mas está tudo acabado entre nós."
Por sua vez, ela agora sem reação, travou seus pensamentos e se colocou ridiculamente a chorar. Então ela olhou nos olhos dele. Viu que no fundo ele não queria perdê-la. Pois de algum modo ele repudiava a ideia de perder algo que a tanto tempo procurara. Mas era necessário. E foi.
Ele partiu e voltou a sua vida sem ninguém. Ela permaneceu no lugar onde algo tinha começado e tão repentinamente terminando sem que ela pudesse fazer algo. Observou de longe ele viver e ela ainda a sentir seu coração palpitar e acalmar tão rápido quando estava perto dele. Ela ainda usa o anel. Não porque se ilude com algo, mas sim pelo simples fato de achar que aquilo não havia acabado e que um dia quando ela menos esperasse outra coincidência cósmica ocorreria trazendo-o de volta para a segurança de um abraço que ela nunca quis esquecer.
Ela era a alma gêmea dele. Ele não se apaixonou por ela.

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